terça-feira, 5 de agosto de 2008

Van Halen - Balance (1995)


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The Seventh Seal, o mantra que introduz essa música foi executado pelos monges do Monastério de Gyoto. Essa introdução veio do disco dos monges de 1987 (The Gyoto Monks Tibetan Tantric Choir). Segundo o EVH e o produtor Bruce Fairbain, o disco Balance deveria marcar o retorno do Van Halen aos seus elementos básicos que o tornaram famosos, em especial ao inconfundível timbre de guitarra do Edward Van Halen. Nessa música, é possível ouvir o famoso MXR Flanger que o EVH usou em seus primeiros discos do =VH=. Fora isso, esse disco marca o retorno do “Baby” Marshall Super Lead 100 Watts do EVH aos discos do Van Halen, vez que ele esteve encostado durante grande parte da gravação do disco anterior da banda (F.U.C.K.).

Can't Stop Lovin' You, com mais da metade do disco gravado, o produtor Bruce Fairbain pergunta ao EVH se ele não possuía alguma música um pouco mais leve e “pop”, vez que o disco possuía um clima pesado até aquele momento. O EVH respondeu que não, mas pediu o fim de semana para criar algo. O Bruce morava no Canadá e procurava passar o fim de semana com a família. Na 2ª feira seguinte, o EVH apareceu com essa música e o Bruce gostou. O EVH usa uma guitarra EBMM (Ernie Ball Music Man) com captação piezo, o que dá aquela idéia de guitarra elétrica e violão, ao mesmo tempo. O EVH diz que gravou usando um amplificador muito antigo da Fender. Um detalhe curioso é a menção do nome “Ray”, quase no final da música. O Sammy Hagar diz: “Hey Ray, what you said is true, I Can’t Stop Loving You…”. O Ray em questão seria o Ray Charles, que gravou na década de 60 uma música com otítulo homônimo. Segundo informação do SH, a letra seria uma referência ao seu relacionamento com sua ex-esposa, Betsy. Na época da gravação do disco, o casal estava enfrentando um divórcio traumático para as partes envolvidas e isso estaria afetando, em parte, o relacionamento da banda com o vocalista (principalmente em relação a qualidade das letras escritas pelo Red Rocker e a constantes ausências do mesmo nas sessões de gravação, algo muito reclamado por EVH, AVH e MA à época).

Don't Tell Me (What love can do), A letra desta música foi inspirada no suicídio do músico Kurt Cobain (ocorrido em 1994) e como isso afetou o lead singer Sammy Hagar. O EVH usa uma EBMM com o mais tarde famoso D-tuna. Após o lançamento do disco Balance e durante a gravação do vídeo clipe para essa música, o baterista Alex Van Halen declara à revista Guitar World que aquela música tinha um “punch” diferente e que após quase 05 horas de gravação do vídeo, a música ainda era legal e não tinha nada de enjoativa, vez que todos os técnicos envolvidos na gravação ainda batiam com a ponta do pé ao ritmo da mesma, demonstrando que todos apreciavam a canção.

Amsterdam, vocês leram acima que a banda (EVH, AVH e MA) estava enfrentando sérios problemas internos de relacionamento com o vocalista Sammy Hagar. Este, o Red Rocker, além do processo de divórcio, estava tendo dificuldades de relacionamento com o novo empresário da banda, Ray Daniels, vez que o seu antigo amigo e empresário do VH desde sua chegada em 1985 morrera no final de 1993. Segundo notas de Betsy Hagar apontadas no livro nunca lançado, porém escrito entre 1996/1997 pelo 2º vocal do VH, o Red Rocker não facilitou o divórcio deles e até dificultou que ela pegasse alguns pertences de uma casa do casal, não deixando que a ex-esposa levasse peças de prata que ela ganhou à época de seu casamento com o vocal e alguns livros que ela guardou na biblioteca do casal. Então, o Sammy não estava escrevendo suas melhores letras naqueles dias e tanto a banda, quanto o produtor, cobravam isso com ênfase. Um dos motivos do vocal optar por gravar grande parte das vozes no estúdio do músico Bryan Adams foi a facilidade do mesmo em estar um pouco longe das cobranças dos outros membros da banda e a mesmo tempo dar mais oportunidade ao Bruce Fairbain de passar mais tempo com a família deste no Canadá. A letra para Amsterdam sempre foi ponto de discórdia entre o vocal e o EVH; as fortes referências ao uso de drogas revoltavam o guitarrista, pois Amsterdam é a cidade natal do baterista e do guitarrista. Mesmo com algumas modificações impostas à letra da música pela MTv para a execução do vídeo desta em sua programação, o vídeo pouco passou nos EUA por conta da citada apologia às drogas, e isso revoltou o EVH ao extremo e ele não escondia sua insatisfação com o refrão de Amsterdam, especialmente no ponto em que havia o tal “Ohhhh, Wham! Bam!.....” – “Qual o sentido disso?” era o que o guitarrista se perguntava e tornava público sua irritação. Falando desse vídeo clipe, este mostra a primeira tatuagem do guitarrista EVH – a inscrição do nome “Wolfgang” no braço direito do mesmo, com o logotipo ((VH)) pouco acima. Anos depois, ele fez uma outra tatuagem no seu braço esquerdo; o nome de sua ex-esposa, Valerie, em meio a uma rosa.
Em entrevista à revista Cover Guitarra em 98, Eddie fala sobre compor e acaba dando pistas de que realmente não curte Amsterdam - "A maioria das músicas dos três primeiros discos surgiram de idéias que eu tinha na hora de dormir. E das jams que eu fazia com meu irmão. Depois, levava a espinha dorsal dos arranjos para o restante do grupo. A melhor maneira de compor é aquela em que você se livra de todos os pré-conceitos com relação ao formato do que deve ser uma música. Eu nunca consegui sentar no estúdio e dizer para mim mesmo “agora vou compor uma canção!”. Na única vez em que fiz isso, compus “Amsterdam” (do disco Balance), música da qual não sinto muito orgulho."

Big Fat Money, “ - Do you want a click on this one?
‘ - I don’t need no stiking click…. .

- two, three,…..”

Esse começo de música é bem engraçado. O produtor pergunta; “Você precisa do click (metrônomo) nessa música?” e o Alex Van Halen responde; “Eu não preciso de nenhum click fedorento....2, 3,...”.

O segundo solo de guitarra, aquele com um timbre bem mais leve e com cara de “blues” foi conseguido da seguinte forma; o Edward Van Halen estava brincando com uma guitarra na mão (algo que ele faz/fazia 24 horas no dia) e o Fairbain pergunta se ele não poderia gravar para a BFM um solo bem bluseiro, simples e descolado, com um timbre bem limpo. O Fairbain colocou o track da música para ele ouvir e apertou, sem o EVH saber, o botão vermelho de Rec. e gravou o que o EVH fez em seguida. O EVH disse algo como “É mais ou menos isso o que você quer?” O produtor respondeu; “Na verdade, eu quero o que você ACABOU de fazer e eu já gravei o mesmo!”. E assim o solo ficou daquela maneira – O Edward Van Halen usou uma guitarra Gibson ES-335 ligada ao seu velho Marshall Super Lead 100 para esse solo.
foram feitas mais de 20 tentativas para se conseguir aquele efeito no final da música, com o barulho da moeda. Essa moeda foi jogada em cima da mesa de gravação e usou-se um microfone Shure para captar tal som.

Strung Out, durante a primavera, quase verão de 1983, Edward Van Halen e sua então esposa Valerie Bertinelli saem em uma segunda lua-de-mel. O casal aluga a casa do Sr. Marvin Hamlish na praia de Malibu/CA. Uma vez lá e durante as horas em que não fazia nada, o EVH tomava umas cervejas e literalmente destruía as cordas do piano de cauda da casa (um Yamaha branco) colocando pilhas, bolinhas de ping-pong, queimando as cordas com pontas de cigarro até elas quebrarem, cerrando as cordas com facas e outras barbáries. Tudo isso tendo ao seu lado um gravador pequeno para registrar esse “momentos exóticos”. Pois bem, o resultado de horas de destruição viraram 1:29 minutos de intro para a música “Not Enough”. O Bruce Fairbain perguntou ao EVH se ele teria algo para colocar como introdução à balada do disco e esse lhe mostrou algumas fitas K7s bem antigas e disse para o produtor se divertir com aquilo; este garimpou algo aqui e ali e ouviu as loucuras da primavera/verão de 1983 e pediu para o EVH incluir um pequeno trecho de teclado como musical incidental. Voilá! Dizem que o Sr. Marvin Hamlish só ficou sabendo da aberração ao seu piano de cauda com o lançamento do disco e a divulgação da presente história.

Not Enough, primeiramente, o vocalista Sammy Hagar compôs a letra e a melodia de voz para essa música. Depois disso, o Red Rocker chamou o músico Edward Van Halen e esclareceu para ele como é que o vocal queria um arranjo para o piano. O EVH simplesmente sentou-se na cadeira e espontaneamente saiu a tocar uma peça para piano. E foi essa peça que ficou em definitivo na música. Detalhe; o piano NÃO foi gravado dentro do estúdio 5150; essa parte foi gravada diretamente na imensa sala da casa do EVH e de sua esposa à época, Valerie Bertinelli, local em que o piano de calda Steinway se encontra. Para conseguir aquele timbre de guitarra aparentemente único, o EVH usou um amplificador que remonta a década de 60; um Leslie Organ Speaker (ele possui um sistema de rotação). Os Beatles usaram essa técnica em 1967. Essa canção também mostra a primeira vez que o Michael Anthony usa um baixo fretless na gravação de uma música do VH.

Aftershock, a letra de Aftershock dessa música diz respeito a uma relação amorosa bem diferente; abalada, massacrada e, ainda assim, insistente em continuar, não importando o que venha pela frente. Dizem que o Sammy Hagar estaria novamente falando de seu conturbado relacionamento com a Betsy Hagar, de quem ele estava se separando naqueles dias. Em algumas partes da música, é possível se ouvir o bom e velho MXR Flanger do EVH.

Doin Time, essa música instrumental só aparece no disco Balance por insistência do EVH e do produtor, Bruce Fairbain. Se dependesse do Alex Van Halen, certamente ela não seria incluída. O AVH nega que seja um solo de bateria – “Acontece que ninguém quis tocar comigo naquele momento!”. Até os últimos instantes anteriores ao lançamento do disco, o título utilizado era “Drum Thing”.

Baluchitherium, o EVH usa uma guitarra Music Man Albert Lee com cordas mais grossas afinadas em “low A”. O título Baluchitherium veio de uma sugestão da Valerie Bertinelli; ao ouvir a música (que possuía o título provisório de “Heavy Groove”) ela disse que a música era muito pesada, “tão pesada como um Baluchitherium”. “Balu o quê”; foi a reação dos outros membros da banda presentes ao fato. Ela explicou; “Baluchitherium foi o maior mamífero que andou na Terra e ele se parecia com um Rinoceronte, só que maior e bem mais pesado. Habitou parte da Ásia (onde atualmente ficam o Afeganistão e o Paquistão)”. A comparação do animal com o timbre da guitarra do EVH é que tornou o título curioso e até apropriado. Outro detalhe; no fim da música, é possível se ouvir o cachorro do EVH Sherman (um dálmata) latindo – eles passaram fita crepe num cachorro quente e o colocaram no microfone para se captar o latido do cão, além do barulho de uma sirene capaz de estimular o cão. O motivo dessa música ser outra instrumental é justificado pela preguiça ou falta de interesse do vocal Sammy Hagar em escrever letras descentes ou apenas não querer escrever letras para essa música. O Michael Anthony usou um baixo de 05 cordas nessa gravação.

Take Me Back (Deja-Vu), o título inicial dessa música era simplesmente Deja-Vu. 02 letras previamente escritas para a mesma foram recusadas pelo produtor Bruce Fairbain. Esse foi um dos motivos do Sammy Hagar não querer essa música no disco; ele chegou a pedir a retirada da mesma e a sua substituição pela música “Crossing Over”. Detalhe; essa música é um leftover do disco “F.U.C.K.”. A introdução dessa música traz um trecho de uma antiga música do Van Halen escrita ainda nos Club Days da banda (1973/1977) – o título dessa antiga música nunca lançada anteriormente era “No More Waiting”. O violão usado pelo EVH na introdução de Take Me Back (Deja-Vu) é conhecida como Musser – um violão sulamericano que o guitarrista comprou em Los Angeles. É também possível se ouvir o EVH tocando guitarra e usando slide nessa música. Segundo o Red Rocker, a letra dessa música seria uma continuação, uma seqüência para a letra de outra música (de sua carreira solo, diga-se de passagem) chamada “Swept Away (do disco V O A ).

Feelin', essa é uma das músicas mais longas que o Van Halen gravou em toda a sua discografia? São 6:36 minutos. O Sammy Hagar chegou a apontá-la como a música mais importante do disco Balance, em sua opinião, é claro.

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