terça-feira, 29 de julho de 2008

Van Halen I (1978)


Downlaod

Runnin' With The Devil, Inicialmente, essa música não possuía as buzinas que aparecem no começo da mesma. Essas buzinas foram retiradas da música “House of Pain”, que só fará parte de um disco do Van Halen em 1983, quando da gravação do álbum “1984”. Durante os shows da banda, ainda antes de assinar com a Warner Bros, o Van Halen utilizava as buzinas entre uma música e outra (RWTH e HOP). Essas buzinas foram gravadas e o tape teve a velocidade diminuída para introduzir a banda (tais buzinas foram retiradas de um Volvo, uma Mercedes Benz e um VW). Uma das poucas músicas do disco “Van Halen” que possuem overdubs de guitarras, pois praticamente todo o disco teria sido gravado mais ou menos ao vivo. Diz o Dave que a inspiração para criar a letra de RWTD veio da música “Running from the Devil” da banda Ohio Player.

Eruption, essa peça musical NÃO estava prevista para ser gravada no primeiro disco. Ocorre que o Eddie estava se aquecendo para o seu solo de guitarra num show que seria realizado no Whisky a Go Go nas semanas seguintes ao processo de gravação do disco no Estúdio Sunset Sound, em Hollywood/CA. O Ted Templeman, produtor dos 6 primeiros discos da banda (e do disco F.U.C.K., também) entrou no estúdio e perguntou o que era aquilo que o Eddie estava fazendo. O Eddie explicou que era o seu solo para o show supracitado e o Ted reagiu com as seguintes palavras: “Shit, man. Roll the tape. Let’s put it on the record”. O Don Landee (engenheiro de som) é creditado como co-responsável pelos efeitos colocados em Eruption. Diz o Eddie que ele fez 02 ou 03 takes, mas o Don Landee e o Ted Templeman só se recordam de ter gravado 01 take. Detalhe: o final bombástico foi criado por meio da utilização de um pedal Univox EC-80 colocado numa engenhoca que o Eddie comprou de segunda mão numa espécie de “garage sale” e que era da época da 2ª Guerra Mundial. Só vendo uma foto para a pessoa acreditar no tamanho do trambolho

You Really Got Me, uma das centenas de cover que o Van Halen tocava na época do seus Club Days. Esse foi o primeiro single da banda, mesmo sendo cover dos Kinks. Então, por que a Warner Bros. resolveu lançar uma cover como primeiro single? Simples: o Eddie cometeu a besteira de mostrar uma fita K7 com algumas gravações do disco a ser lançado, ainda em 1977, para alguns membros da banda Angel. Nessa fita, estava a versão do Van Halen para “YRGM”. Os caras do Angel, por meio de um produtor meio sacana, correram para um estúdio e resolveram gravar “YRGM” e tentar lançar antes do VH. O azar deles foi que o engenheiro que auxiliou na gravação conhecia o pessoal da Warner e avisou o que estava rolando. O Eddie utilizou a guitarra Ibanez Explorer, conhecida como “Shark” na gravação dessa música e também em “On Fire” e “Jamie’s Cryin’” (apenas as bases).

Ain't Talkin' 'Bout Love, a parte do solo dessa música foi gravada com a utilização de uma cítara (Coral electric sitar). Engraçado é que o Eddie não sabia que se tratava de uma cítara. Essa música foi escrita na mesma época que “Loss of Control” (gravada no Women & Children First) e era meio que uma provocação ao movimento punk daquela época. Tanto é que o Eddie só usa 02 acordes: Am e G. Durante 06 meses, o Eddie ficou escondendo esta música dos outros membros da banda por achá-la muito simples e fraca. Fraca, meu bom Deus, Fraca! Onde? A única turnê do Van Halen na qual “Ain’t Talkin’ ‘Bout Love” não fez parte do repertório foi a turnê do disco “F.U.C.K.”, entre 1991/92. Favor não confundir com a turnê do “Live: Right here, Right now”, de 1993.

I'm The One, o título inicial desta música era “Show Your Love” e até hoje ainda essa associação confunde muitos fãs, como bem me lembrou o amigo Eduardo Pinheiro. Assim como grande parte das músicas do disco, o Eddie usou a sua famosa Frankenstrat na gravação dessa música, ainda ostentando as cores preta e branca, apenas. Aquela paradinha no meio da música na qual eles ficam meio que brincando e fazendo os “paptchuba” teve a inspiração em uma música do Cream, banda do Eric Clapton nos anos 60 (junto com Jack Bruce e Ginger Baker) e ídolo mor do Eddie Van Halen.

Jamie's Cryin', o disco já estava quase todo gravado e a banda acabou compondo “Jamie’s Cryin’” dentro do estúdio. Outra das poucas músicas que tiveram overdub de guitarra. O Eddie usa a Shark Ibanez Destroyer para gravar as bases e a sua Frankenstrat para os solos. Essa música é definida pelo Alex como uma de suas prediletas, assim como “Dance the Night Away” do disco “Van Halen 2”.

Atomic Punk, você já escutou “Atomic Punk”? De verdade? Tem certeza? Então, me diga o que falta nela que é característica básica das músicas do Van Halen? Se você respondeu “Backing Vocals”, acertou. Taí uma raridade de se ouvir: música do Van Halen SEM backing vocals. Aquele efeito no início da música é conseguido, com sorte, fazendo-se o seguinte: use um MXR Phase 90, esfregue a palma de sua mão para cima e para baixo nas cordas da guitarra, encostando essas cordas no captador da mesma guitarra. Na outra parada que a música dá, use um MXR Flanger. Algo semelhante o Eddie irá fazer mais tarde em “Everybody Wants Some”, do disco “Women & Children First”.

Feel Your Love Tonight, Música de sucesso do Van Halen ainda na época de Club Days. Solo simples e fantástico é o que o Eddie executou para essa música. Ao vivo, logo após o seu solo de guitarra, iniciava-se o solo de bateria do Alex Van Halen para a turnê do primeiro disco da banda.

Little Dreamer, se alguém lhe disser que o Dave era só farra no primeiro disco, desconfie. O Dave sabia escrever ótimas letras (para mim, TODAS as letras do Dave são excelentes) e dentro do primeiro disco, eu destacaria as letras de “Atomic Punk”, “Runnin’ With the Devil”, “Jamie’s Cryin’” e “Little Dreamer”. Bela, simples, coesa e perfeitamente moldada pela música que o Eddie criou para tal peça. Na Demo Tape que o Van Halen gravou para a Warner Bros. assim que fora contratado em Maio/1977, o Dave diz o seguinte no fim da música: “Are You Experienced”, em referência a música do Jimi Hendrix.

Ice Cream Man, música escrita por John Brin e Elmore James. Essa é a terceira e última música do primeiro disco da banda que contém overdub de guitarra. Seu solo sempre fora considerado bombástico por todos os presentes no momento da gravação. Aquela introdução acústica foi gravada pelo Diamond Dave, que a executava ao vivo também. Dizem as lendas que o Alex e o Eddie ficaram tão impressionados com a interpretação do Dave para “Ice Cream Man”, numa apresentação do grande frontman, que eles convidaram o mesmo para entrar no Van Halen. Ou seja, não é só aquela história do Dave entrar na banda porque tinha um sistema de PA para voz e que seria mais fácil tê-lo na banda por uma questão de comodidade. O negócio do Dave era/é competência e coerência!

On Fire, por incrível que isso possa parecer, “On Fire” foi a primeira música a ser gravada para o “VH 1”, vez que os shows da banda sempre eram iniciados, naqueles dias e na primeira turnê mundial da banda, com esse petardo. Outra música gravada com a bela e única Ibanez Explorer do Eddie. A versão que está no disco é um pouco diferente das versões anteriores conhecidas para essa música: a introdução não tinha aquelas 05 batidas e aquele som meio abafado que chama o riff principal aparecia em outra ordem. Foi um consenso dos membros da banda a existência desse pequeno “break” no qual apenas a guitarra aparece de forma abafada. Eis o Eddie falando a respeito dele: “We wanted a little break between verses and I said: ‘This is neat, how about this? It sounds rude’ “. Uma das versões dessa música, ainda nos Club Days, possuía os vocais sendo divididos entre o Dave e o Mike. Woo! Hoo!
O Dave era um visionário: um dia, ele conversava com o Eddie e disse que eles ficariam famosos e que as músicas do Van Halen tocariam nas rádios. É mais ou menos sobre esse assunto que o Dave cria a letra para “On Fire”. Leia:


“Turn Your Radios On
I’ll appear right there! Yes I will
Turn me up real loud
I’m in your ears

Now I’m hanging ten now, baby
As I ride your sonic, ooh-wave
(Owwwwwwwwwwwwwwww)

Good, God y’all
I’m on fire
I’m on fire
I’m on fire
I’m on fire… “

Curiosidades

Uma dúvida muito grande entre os fãs do Van Halen que apreciam os timbres de guitarra da banda é o porquê do Eddie não ter mantido o seu timbre (mais tarde batizado de Brown Sound) após a gravação do primeiro disco. Muitas são as especulações, mas basicamente o Eddie é/era um ser mutante que gostava de mexer no que ele fazia e procurar sempre ser diferente dos guitarristas contemporâneos e estar um passo à frente da concorrência. Para o primeiro disco, o Eddie teria usado basicamente 02 guitarras e 01 modelo de amplificador: Frankenstrat (corpo Northern Ash com pintura acrílica para bicicletas, braço Bird’s eye em maple, um velho captador P.A.F. montado diretamente no corpo da guitarra, remoldado por Seymour Duncan, um único botão de volume e cordas Fender XL-150 (090 – 040) fervidas cerca de 10 minutos – Corpo e braços confeccionados por Linn Ellsworth antes da associação desse com Wayne Charvel) e a Ibanez Destroyer (corpo teoricamente Korina Wood (madeira super rara) e braço Rosewood – cor original: branca). Existem teorias que discordam redundantemente de que o corpo seja da madeira Korina, pois a Ibanez só fabricaria o modelo Explorer com essa madeira entre 1972/1973; acredita-se que a guitarra do Eddie seja 1971/1972. Outra controvérsia medonha e que só o Eddie responderia, mas o que ele gosta é de criar confusão para ninguém conseguir copiá-lo: durante as gravações do primeiro disco, essa guitarra estaria AINDA inteira e sem os cortes e a pintura em vermelho e listras prateadas (maroonish-red with silver stripes) que a tornaram famosas e que se tornaram meu objeto de amor descontrolado. É que, cortando a parte de trás da guitarra, o Eddie acabou tirando muito da madeira que dava ressonância e que criara um timbre inigualável para as músicas do Van Halen 1 na quais o Eddie não utilizava um vibrato (alavanca de trêmolo). Amplificador usado: Marshall Super Lead 100 watts (número de série 12.301).

Nenhum comentário: